Fiocruz
História Viva

Entregas

Um antigo estábulo para cavalos usados na produção de soros e vacinas, um sítio arqueológico, uma casa de chá, um biotério desativado. Esses são alguns dos espaços que foram restaurados e abertos como parte do circuito de visitação do Museu da Vida Fiocruz. Entregas já foram feitas, algumas estão em andamento e outras ainda serão desenvolvidas. O objetivo é criar um parque de ciência e tecnologia com edificações históricas restauradas, exposições, espaços verdes e atividades culturais, considerando as ações da Fiocruz em pesquisa, educação, preservação patrimonial e ambiental, e divulgação científica.

Cavalariça (concluída)

Com referências da arquitetura inglesa, a Cavalariça foi construída em 1905 para inoculação de material virulento e operações em cavalos, essenciais para a produção pioneira de soros e vacinas contra o bacilo da peste bubônica. Ao estilo das estrebarias inglesas, o prédio possui gradis de inspiração art nouveau, tijolos de Marselha e um pé direito que pode chegar a 10 metros em sua parte mais alta. A Cavalariça passou por uma restauração contemplando todos os seus materiais, como baias, balanças e guinchos para os cavalos, além de azulejos ingleses, piso, escadas e estrutura dos telhados.

As portas da Cavalariça foram reabertas em 2022 com a exposição de longa duração 'Vida e saúde: relações (in)visíveis', que propõe uma viagem pela multiplicidade do conceito de saúde. A exibição de longa permanência supera a ideia de saúde como ausência de doença e destaca suas diferentes dimensões: biológica, social, ambiental e cultural. A exposição aborda da microbiologia à saúde como fenômeno social, passando por temas como diversidade microbiana, imunização, visões culturais da saúde, epidemiologia, saúde ambiental e dinâmicas globais de saúde.

A reabertura da Cavalariça marca duas importantes entregas à sociedade: um edifício histórico inteiramente restaurado, resultado da primeira etapa do Plano de Requalificação do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (Nahm), e esta exposição do Museu da Vida Fiocruz, que fortalece a interlocução entre divulgação científica e patrimônio cultural.

Formas abstratas

Caminho Oswaldo Cruz (concluído)

O Caminho Oswaldo Cruz desempenha um papel simbólico no processo histórico de ocupação do campus Manguinhos. No início do século 20, Oswaldo Cruz e demais pesquisadores e técnicos usavam a via para percorrer a distância entre a estação de trem do Amorim e as primeiras edificações construídas no campus, como o Pavilhão Mourisco, conhecido hoje como Castelo da Fiocruz.

Ladeado por cerca de 40 figueiras exóticas centenárias, plantadas no local para fornecer sombra aos pedestres, o trecho ainda existente do Caminho Oswaldo Cruz mantém sua importância para a preservação da memória e história da Fiocruz em Manguinhos. A revitalização do espaço, entregue em 2015, promoveu o nivelamento de toda a pavimentação e a recuperação da forração vegetal.

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Formas abstratas

Sítio Arqueológico (concluído)

Durante a construção do Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS), sede da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) desde 2018, foram encontrados vestígios das fundações da chaminé que integrava o Complexo de Incineração de Lixo da Cidade do Rio de Janeiro, construído nas proximidades do local onde já funcionava o Instituto Soroterápico Federal, embrião da Fiocruz.

O complexo foi erguido inicialmente entre 1897 e 1899, mas as obras foram interrompidas, e retomadas apenas em 1918. Funcionou até 1922 e foi demolido entre 1939 e 1940.

Com o fim das obras do CDHS em 2019, os vestígios da chaminé ficaram expostos ao público em seu local original. Uma exposição também foi instalada a partir da exploração de temas como patrimônio cultural, memória urbana, saúde e ambiente.

Formas abstratas

Casa de Chá (Concluído)

Rústico e elegante, o caramanchão, apelidado de Casa de Chá pelos cientistas de Manguinhos, foi construído em 1905 e era utilizado como local de refeições. Em conjunto com a edificação anexa, construída na década de 1920, foi o restaurante central dos profissionais de Manguinhos, função que manteve até o início da década de 1950.

Em 1996, após uma grande intervenção, o conjunto passou a abrigar um restaurante de pequeno porte. Em 2020, foi concluída a restauração da edificação e de seu anexo. As construções foram recuperadas, com instalações modernizadas para manter o uso original do conjunto, de refeitório. Está prevista ainda a instalação de um novo restaurante. Atualmente, o local costuma ser usado para refeições de comitivas internacionais que visitam a Fiocruz.

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Pombal (obras em andamento)

O conjunto, construído em 1904 para abrigar modelos animais de pequeno porte para pesquisa, como aves, ratos, rãs, coelhos e tartarugas, passou muito tempo sem um uso permanente. No local, também eram criados pombos-correio que faziam a comunicação dos pesquisadores do então Instituto Oswaldo Cruz com a Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP), no centro da cidade do Rio de Janeiro.

As obras já foram iniciadas e o projeto inclui a recuperação dos oito módulos que compõem o Pombal, incluindo os recintos originais onde os animais eram mantidos. O local também está passando por readequação das instalações elétricas, recomposição e pintura dos revestimentos de argamassa e implementação de soluções de acessibilidade. Após as etapas de estabilização do terreno e de restauro arquitetônico, será implementado um projeto paisagístico, com plantio de espécies e aumento da arborização. Desse modo, servirá como ponto de apoio às trilhas do campus Manguinhos e contará com mesas e bancos ao ar livre.

Com a requalificação, o Pombal será um amplo espaço de convívio, lazer e piquenique com atividades educativas e culturais. Lá também será instalada uma nova exposição do Museu da Vida Fiocruz com foco no eixo 'Saúde, ambiente e sustentabilidade'.

A restauração do Pombal, a nova exposição e o Programa de Educação Patrimonial são uma realização da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), do Ministério da Cultura e do Governo Federal, com gestão cultural da Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz (SPCOC). Conta ainda com o apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e patrocínio do Instituto Vale, BASF, Enauta e Bayer, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Formas abstratas

Pavilhão Mourisco (obras em andamento)

Também conhecido como Castelo da Fiocruz, este edifício é o símbolo da instituição. Construído no estilo do ecletismo arquitetônico do início do século 20, começou a ser erguido em 1905 e foi concluído em 1918, sendo desde então marcante na paisagem do Rio de Janeiro. Projetado pelo arquiteto português Luiz Moraes Júnior e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1981, tem influência neomourisca e foi inspirado na arquitetura de Alhambra, na Espanha, e em prédios como o Observatório de Montsouris, em Paris, e a Nova Sinagoga de Berlim.

O edifício tinha como função abrigar o Instituto Soroterápico Federal, que era responsável pela produção de medicamentos e vacinas, pela pesquisa científica e por outras atividades da área de saúde pública. Hoje, além de ser ocupado por setores administrativos, o prédio está aberto ao público e abriga salas de exposição e a Biblioteca de Obras Raras, integrando o circuito de visitação do Museu da Vida Fiocruz.

O plano de requalificação prevê novas salas de exposição para o pavilhão. No momento, está em fase de implementação uma exposição permanente no segundo andar da edificação que tratará dos temas 'Saúde pública no Brasil' e 'Fiocruz e as cidades'. O objetivo geral é apresentar o protagonismo da Fiocruz na história da ciência e da saúde pública no país a partir das contribuições da instituição nas três primeiras décadas do século 20. Entre os temas abordados, estão práticas e atores importantes para as áreas da entomologia (estudo dos insetos), epidemias, como as de febre amarela e doença de Chagas, bem como a primeira geração de pesquisadores e gestores da instituição.

Está prevista ainda outra exposição para o terceiro andar do Castelo, sob o eixo temático 'Acervos culturais da saúde', com foco nas coleções biológicas de diferentes categorias sob a guarda da Fiocruz. Mais para frente, o andar térreo também será ocupado com exposições e atividades relativas a ações preventivas de conservação, incluindo a instalação de um laboratório para propor novas técnicas de conservação do patrimônio.

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Praça Pasteur (projeto em desenvolvimento)

O espaço integra o núcleo original da Fiocruz. Além de área de permanência de pessoas e acesso aos prédios históricos do entorno, a praça Pasteur, que ainda guarda suas características originais de desenho e ambiência, também é palco de eventos comemorativos da instituição. O local foi submetido à análise por georradar, técnica que permite verificar o que há sob o solo sem escavá-lo.

Com a requalificação, passará por mudanças na estrutura seguindo critérios de acessibilidade. Pretende-se criar espaços de convivência para melhor receber eventos e atividades culturais, assim como para possibilitar a permanência e encontros de pessoas, para descanso e conversas.

A requalificação da Praça Pasteur prevê ainda a revitalização dos jardins históricos, padronização do mobiliário, incluindo bancos, lixeiras e bebedouros, além de melhorias da pavimentação nas trilhas dentro dos “bosques” com uso de materiais que se harmonizem com o ambiente natural. Também está incluído um novo projeto paisagístico de iluminação monumental.

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Iluminação Monumental (projeto em desenvolvimento)

Para valorizar as edificações, o Pavilhão Mourisco (Castelo da Fiocruz), a Cavalariça, o Pavilhão do Relógio e o Pavilhão Figueiredo Vasconcellos - conhecido como Quinino - receberão um novo projeto de iluminação monumental. Passados mais de 25 anos desde sua instalação, torna-se necessária a modernização do sistema e a otimização do consumo de energia.

O sistema proposto favorece e valoriza os detalhes da arquitetura destas edificações, mantendo e evidenciando suas características originais. A nova iluminação exalta a exuberância das construções e valoriza o patrimônio da Fundação.

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Pavilhão do Relógio (projeto em desenvolvimento)

Construído entre 1904 e 1905 para abrigar atividades relacionadas ao bacilo da peste bubônica, como a produção de soro e vacina, este foi o primeiro prédio do Nahm a ficar pronto. Projetado pelo arquiteto português Luiz Moraes Júnior, também responsável pelo Castelo da Fiocruz e pelos demais edifícios do núcleo, o Pavilhão do Relógio foi inspirado em construções ferroviárias inglesas.

Originalmente chamado Pavilhão da Peste, possuía dois laboratórios: em um deles, eram mantidos os ratos infectados; no outro, era feita a análise das culturas de bactérias e preparada a vacina. No módulo central, ficava a enfermaria para cavalos, com salas e baias onde aconteciam as inoculações e as sangrias dos animais. Posteriormente, o prédio também serviu à fabricação da vacina contra a varíola.

Com a requalificação, o local vai abrigar mais um espaço de exposição, sobre o desenvolvimento e a produção de vacinas com foco no eixo 'Ciência e tecnologia em saúde'.

Formas abstratas

Pavilhão Henrique Aragão (projeto em desenvolvimento)

Construído entre 1954 e 1960 como laboratório para a preparação de vacinas contra a febre amarela e varíola, a edificação de estilo modernista manteve seu uso original. O projeto de requalificação para o pavilhão deve valorizar sua arquitetura e a memória dos trabalhadores que atuam e atuaram na produção de vacinas.

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Quinino (projeto em desenvolvimento)

Espaço original do Serviço de Medicamentos Oficiais, o prédio construído em 1919, cujo nome original é Pavilhão Figueiredo de Vasconcellos, abrigava os laboratórios responsáveis pela produção de quinina, substância utilizada no tratamento da malária no início do século XX. O edifício foi acrescido em dois andares e abrigou áreas para produção de ampolas, envasamento de medicamentos, rotulagem de embalagens e estoque de materiais relacionados à produção dos remédios. Atualmente é ocupado por atividades administrativas.

 

Formas abstratas

Auditório (projeto em desenvolvimento)

No local onde funcionava o antigo almoxarifado, o plano de requalificação prevê a construção de um auditório com capacidade para 400 pessoas, que deverá abrigar grandes eventos científicos. O prédio foi construído na década de 1940 para servir de refeitório e hoje sedia a Procuradoria da Fiocruz e o Centro de Relações Internacionais em Saúde.

CasaCha Formas abstratas
ProjetoPombalVisão frontal da cavalariçaCasa de Cha e Castelo