Além das atividades esperadas de um plano com essas características, como a elaboração de projetos arquitetônicos, urbanísticos e expositivos, o planejamento mostrou a necessidade de se criar programas e adotar diretrizes para tratar de dimensões específicas, como sustentabilidade e cooperação internacional.
O Programa de Cooperação buscou interface com instituições a fim de estruturar o Plano de Requalificação do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (Nahm) dentro de um patamar de qualidade internacional. Além de instituições europeias que ajudaram a consolidar os principais desafios, como o Science Museum Group, da Inglaterra, e o Universcience, da França, recentemente o programa tem se voltado a cooperações locais, com o Museu da Maré e a RedeCCAP.
Na Casa de Oswaldo Cruz, a educação patrimonial é enxergada como um dos princípios da política de preservação e gestão de acervos culturais das ciências e da saúde. Trata-se de um processo permanente de trabalho educacional centrado no Patrimônio Cultural como fonte primária de conhecimento, para estabelecer junto ao público um processo ativo de valorização de sua herança cultural.
As ações de educação patrimonial ocorrem tanto no campo da valorização do patrimônio quanto na formação de mão de obra qualificada para a preservação de bens culturais materiais, não apenas para as equipes locais que atuam na Fiocruz, mas também para a população em geral.
Em todas as obras de requalificação é elaborado um programa de educação patrimonial visando valorizar e divulgar o patrimônio e as técnicas de restauração dos materiais envolvidos no processo. Durante a restauração do Pombal, foram oferecidos cursos sobre conservação de argamassas e de materiais cerâmicos. Também estão sendo realizadas visitas guiadas ao canteiro de obras. Além disso, tapumes foram colocados nas edificações contando a história dos prédios requalificados.
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Este programa olha para a sustentabilidade em todas as suas dimensões: ambiental, social, cultural, econômica e política. Ao abordar esses aspectos, espera-se que o plano de requalificação e suas entregas para a sociedade perdurem por longo prazo de forma sustentável.
Em sua dimensão ambiental, o programa prevê a conservação das coleções e edifícios, otimização do uso de recursos, reciclagem de materiais das montagens expositivas, além da redução de emissão de poluentes e resíduos. A dimensão cultural contempla, entre outras medidas, a promoção da diversidade cultural, o fomento de ações educativas voltadas para a cidadania e um conjunto de serviços integrados com foco na conservação do patrimônio histórico.
Em sua dimensão econômica, esperamos obter participação pública, privada ou mista nos processos administrativos e de gestão das exposições, implantação de sistemas de monitoramento contra desperdícios, bem como contribuições para o desenvolvimento da economia local. Por fim, quanto à dimensão política, consideramos a formação de um conselho comunitário para promover a participação social dentro da instituição e a criação de um fórum de apresentação das ações para a comunidade interna e externa.
Cada projeto terá uma estratégia que articule a capacidade de financiamento próprio da Fiocruz, através de Lei Orçamentária Anual, com instrumentos de financiamento externo, como o Programa Nacional de Apoio à Cultura – PRONAC, do Ministério da Cultura – , outras leis de incentivo fiscal, editais de fomento para o desenvolvimento científico e tecnológico, além de patrocinadores que manifestem interesse em apoiar a iniciativa.
A composição da carteira de financiamento de cada projeto será planejada de forma a aproveitar o potencial, as singularidades e o contexto de cada um deles.
O circuito cultural do campus-parque da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro, pretende proporcionar experiências únicas que contemplem as necessidades de todos os públicos. Soluções de arquitetura, estratégias de comunicação e ações educativas serão desenvolvidas para oferecer conforto, segurança, autonomia e inclusão social.
